Arquivos
Home |
quinta-feira, 14 de setembro de 2006 "Sabiá fugiu do terreiro, foi cantar lá no abacateiro e a menina que gostava tanto do bichinho, ficou a cantar: vem cá, sabiá, vem cá!"
Cena externa - dia.
Muito sol e céu limpo de nuvens. Ela está sentada em um tronco que servia de banco debaixo da enorme árvore de flores amarelas. O chão onde havia apenas terra sêca, agora estava coberto pelas flores que caíram por causa da ação do vento. Olha por chão, pro céu e então começa a cantar com lágrima nos olhos. Ninca teve um sabiá, aliás, o único animal que teve preso em uma gaiola foi uma cobra de pouca mais de 2 mestros que seu primo, agora morto pelo cancer, havia lhe dado. Presente estranho, alguns devem pensar, mas ela gostou aos 10 anos de idade. Nunca teve um sabiá, sabia disso, mas teve um vestido com a música bordada em seus babados. As primeiras palavras que leu... Tanto tempo que nem lembra a cor do sabiá estampada no tecido que imaginava ser branco... ...mas para lembrar que a canção já lhe fazia chorar no auge de seus 3 anos de idade, não era tanto tempo assim. Cena externa - noite. Nem ao menosviu o tempo passar, tão presa estava aos lamentos de saudade daquela menininha por sua ave. Nem ao menos se lembrou de acender o candeeiro que havia trazido para iluminar-lhe o caminho e espantar-lhe o medo. Nem ao menos lembrou-se do medo ao pega-lo e partir na escuridão da noite. Mas não estava só - havia a companhia daquela solitária menininha e sua saudade... ...da saudade que aprendeu a sentir desde muito cedo. "Vem cá, sabiá, vem cá!" Enviado por Ban
às 09:02
|