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sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Alguém aí conhece o significado da palavra Teimosia?

Eu acho que não...

Neuropatia Óptica Hereditária de Léber.

Sempre fomos três - Di, eu e Júnior.
Di é meu primo, um ano e 17 dias mais velho que eu. Porém sempre foi e sempre será mais burro.
Sabe Patrick, amigo de Bob Sponja?
Pois é, é Di.
Inclusive o bundão...

Eita!, hoje é aniversário dele!!!!
Cool!

No meio venho eu e logo depois, Júnior. Tio e 5 meses e 18 dias mais novo.
O filho mais novo, o resto de parição...
Aquele para quem todas as atenções são voltadas.
Aquele a quem todos temiam...

E não me pergunte o por quê!

Éramos um trio implacável...!
Claro, três anos depois, veio Paulinha e juntou-se a nós, mas ela não era aliada - era a inimiga! Chorava com tudo e nas brincadeiras de pegar ou esconder, ela era café com leite...

...zero total à esquerda.

Inclusive quando Júnior pulou da lage do primeiro andar de minha casa em cima de sacas de algodão e ela foi atrás. Mas a bichinha não contava com o fato de as sacas terem afastado umas das outras e ela pular enciminha dos paralelepípedos e quebrar o pé.
Nos rendeu altas risadas.
Tá, eu tava na escola matando cerca de quinhentas galinhas, mas consegui pegar os membros de minha família rindo quando cheguei.

Nós sempre aprontávamos uns com os outros, todos com Paulinha e Di, e Júnior sempre fodia com todos nós.
Não é à toa que Luann é o carinha mais arrogantemente simpático que conheço! Não nega a raça...

Paulinha, pra chegar cedo na escola sem precisar acordar mais cedo, dormia de farda. NA cabecinha dela, que não é assim tão inha, ela acordaria mais tarde, tomaria seu café e iria prqa escola com seu tempo de folga, sem ter de acordar mais cedo.
Só que, na cabecinha dela que não é assim tão inha, ela não contava comigo com insônia naquela noite, especificamente.
Fernanda (eu disse fernanda?), às 2 da madrugada acorda paulinha aos berros: Biiiicha, tra atrasada! Vai perder a prova!
Bem, o que ela fez?
Peggou a mochila, calçou o tênis e desceu as escadas.
Só notou que era noite quando já tinha alcançado a rua e ouvia meu riso escandaloso de longe.

É, eu tinha meus momentos...
Ela chorou até ser tragada pelo sono...

Di?
...er. Espertesas nunca foi o forte de Di-Bundão.
Não é mesmo.
O máximo de inteligencia que ele conseguiu com um ato seu foi chutar o focinho de uma cadela que simplesmente abominava chutes.
Ela furou o sapato e o dedo dele...

Ah! Não tou sendo justa com Di-Bundão!
Não foi ele que enfiou uma faca de mesa em minhas costas só pq eu o desafiei e estava subindo no pé de goiaba que, assim como toda a roça de pai, ele dizia que era dele?
Apois!

Das peripércias de Júnior, poupo o ouvido de todos vc´s!
É como assistir filmes como: o pestinha e todas as suas adjacências.

Mas conto que um dia cheguei em casa do NTE-12, o lugar onde aprendi a ser profissional e ouvi Júnior dizer à Mãe: Mãe, se fecho esse meu olho (o esquerdo), não vejo a casa de Sr Luiz...
A casa de Sr Luiz é um prédio de 2 andares...

Depois disso, Júnior excursionou por todo o país: campinas, salvador, São Paulo, Brasília, Goiania, Curitiba... Os melhores especialistas pra, num exame de DNA mitocondrial descobrir que ele possui uma das mutações de Léber - Neuropatia Óptica Hereditária de Léber.
Bem, esse link não fala muito sobre a mutação de Júnior nem sobre a doença, mas mostro que, com muita perseverança, consgui incluir Júnior no Grupo de Pesquisa da Unifesp - Universidade Federal de São Paulo.
Tudo Graças à Odete, Mãe de Pedro Henrique...
Acabei perdendo contanto, mas vou me redimir disso. Odete foi capa da Época quando das viagens de Júnior, e, por e-mail, me ensinou tudo o que eu deveria fazer pra conseguirmos manter, ainda que pouca, a visão que Júnior ainda tinha.
Não consegui convencer minha família a incluir Júnior nas dietas até que o diagnóstico, com o resultado dos exames, chegasse.
Mas não desisti.
E, quando Júnior chegou de curitiba com o diagnóstico, preparei uma salada de abóbora crua com pimentas vermelhas!

Júnior não mudou sua vida, não muito...
Só se afastou totalmente de qualquer pessoa que fumava - inclusive a fumaça prejudica um portador de Léber -, parou de beber qualquer coisa que contivesse alcool, café - pra controlar os nervos. Já era difícil parar de ver aos 21 anos...- e, durante o dia, ficava em casa.
A luz atrapalhava...
Mas com o tempo ele voltou a labutar no quintal, voltou a mexer com seus pássaros, cutia, cachorros e etceteras...
...e um dia, passando sem ser percebida, ouvi-o dizer a Marco:
Martelei mais meu dedo que o Prego.
- Então pq não desisite? - Marco Perguntou.
- De mais isso?

Júnior continua a martelar os dedos até hoje, e, com cada martelada que ele deu em seu dedo, ele recuperava algo que a Léber lhe tirou.
Hoje ele tem tudo de volta, e ainda tem um filho...

...que não precisa conhecer o rosto pra amar acima de suas forças!

Enviado por Ban às 08:22