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Lady Gwen
 

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segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Estávamos conversando efusivamente qdo de repente, paro de ouvir sua voz. Chamo por mais duas ou três vezes e a única resposta que tenho é o som mudo do silêncio.
Depois, ouço o gluuuup da perda de conexão e então olho pro visor: 1 hora e 45 minutos.
Não, o tempo pra mim não é nenhuma surpresa, a única coisa que poderia me surpreender é o quanto eu ainda tinha pra falar e o quanto gostaria de ouvir.
Qdo eu era mais nova, lá pros 7, 8 anos de idade, quando ainda não tinha telefone na casa de meus pais, sempre que ia na casa de meus avós, me impressionava! Como era que podia falar com minha avó, lá em Itabuna, apenas por aquele aparelho que tinha uma roda com números no meio e um fone mais esquisito que qualquer outro objeto que eu já tinha visto?
Quanto de tempo, parado, sozinho o homem gastou pra criar aquilo?
É mesmo de verdade ou apenas sai um gás que produz algum tipo de alucinação de dentro daqueles buraquinhos pretos e sinistros do fone?
Sei que pensei a mesma coisa a respeito da televisão, mas não me lembro em que altura de minha vida. Uma coisa eu tenho certeza, devia ficar horas a fio, boquiaberta de frente praquela caixinha do demônio me perguntando qdo viria o príncipe encantado e tiraria todas as pessoas que estavam, de alguma forma, enfeitiçadas e presas lá dentro.
O computador não tinha nada demais preu pensar...
Eu sabia que era meu pai que mandava ele fazer coisas magníficas qdo ficava, por horas, sentado em frente dele.
Eu adorava qdo ele colocava meu nome completo no alto do monitor – zás! Monitor que era, nas horas vagas nossa televisão. E virse-versa! – e fazia descer letrinha por letrinha...
O mistério do computador era meu pai, por isso, nunca gastei muito de meu tempo – ou minha saliva – com ele.
Voltei a pensar no telefone quando, assistindo o Xou da Xuxa (era assim que escrevia, né? Achoq eu era, pq era tudo com x!) vi a Rainha dos Baixinhos – hauhauah! Tanto tempo que não vejo essa expressão! – ir atender a uma ligação no scarpin vermelho que ficava ao lado daquele mar de cartas que ela recebia.
Antes de mais nada, quero que todos saibam que, eu me arrependo, sim!, de saber que lá dentro ter uma carta minha e aquela infeliz nunca ter lido! Unf!
O Scarpin... Bem, eu já pensava no telefone, em como o homem podia!, ai, me vem Xuxa com aquele sapato de salto 15 pra fazer o mesmo que a geringonça – que já tinha lá em casa – fazia!
Eu precisava de um daqueles, decididamente!
Se era preu ter dúvidas da capacidade do homem de criar algo que me fizesse comunicar com pessoas há centenas de quilômetros de distancia, contando que elas tb tivessem o tal telefone tb, eu queria ter essas dúvidas usando, ao ouvido, um scarpin vermelho quinem o de Xuxa!
Ou era preto?
Bem, não importa se vermelho ou preto, o importante é que preto era a cor de nosso primeiro sem fio.
Já tinha desistido – ou me envergonhado – de me impressionar com as façanhas do homem de transmitir dados, imagens e sons por fios. E por sistemas sem fio tb.
1998 descobri o ICQ. Pronto!, a conta de telefone era o limite! Era dia e noite, noite e dia conversando em tempo real com pessoas de sei lá de onde!
Até que lá pro dia 28 do mesmo mês chegou a dolorosa conta de telefone. Fiquei mais impressionada com a quantidade de dias que eu ia ter de ficar sem usar internet que com as maravilhas que ela ia fazer.
Me entreguei, exclusivamente, ao quake, meu fiel e adorado companheiro!
Só que eu só tinha o um, passei todas as fases e não tinha mais graça. Voltei a ter tempo de sobra pra cabeça desobediente começar a pensar em como diabos o homem poderia ser capaz de fazer as coisas que ele fazia! Um telefone sem fio, onde já se viu???eu lá em guanambi, Rose em curtiba e conversávamos como se estivéssemos frente a frente! Não, exagero de minha parte, conversávamos como se ela tivesse trancada no banheiro e eu vagando pela casa – já que o telefone era sem fio e eu tinha, sim!, a liberdade de fazer isso!
Depois veio o celular. Não eu não gostava... era uma cópia, lógico, melhorada do telefone sem fio.
Melhorada e mais cara. Mas era cópia! Não era idéia original!
Não dei muita bola pro celular...
Até ter o meu, he he he!
Hj eu não me impressiono, como antigamente, com as novidades tecnológicas. Me fascino!
Como a web cam...
Coloquei sei rosto pra preencher toda a tela do monitor, coloquei minhas mãos sob o queixo e fiquei lá, olhando... admirando.
E se eu abrisse a minha boca pra proferir algumas palavras mal criadas ia ser obrigada a me envergonhar disso, pois, por mais que eu esquecesse, era uma conversa com áudio tb!
É uma pena, mesmo internet... fugiu! Rs, é uma pena que mesmo não sendo dial up a internet, mesmo se aproximando ao máximo do que acontece em tempo real é fria...
Na hora que se manda um beijo, a imagem congela e vc espera que, por segundos que seja, aquele rosto possa transpor as barreiras do virtual e ficar ali, em sua frente com temperatura normal a 37°, com cor natural, talvez corado, talvez um pouco pálido, com olhos um pouco vidrados por causa da noite mal dormida mas com um brilho de felicidade...
Mas a imagem congelou não por nenhum artifício usado pra guardar a cena do beijo, é que como a ligação caiu, agora foi a vez da conexão.
Uma tarde toda e ainda tinha coisas pra ver e pra mostrar...

Enviado por Ban às 09:54