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segunda-feira, 4 de julho de 2005
Lembrei de outro episódio interessante de minhas “viagens” de volta pra casa- o que me faz perguntar se um dia terei um carro, ou, melhor!, se saberei dirigir! Um dia, um daqueles “baleiros” teve a infelicidade de entrar no ônibus que eu tava- deixa eu explicar isso... é que pra o azar de todo vendedor ambulante, no ônibus onde eu ando, só eu consumo! Sério, ninguém mais compra nada! Voltando, um dos baleiros entrou no carro que eu estava e eu, pra variá, não tinha um troquinho pra comprar meu amado-idolatrado-salve-salve!, amendoim japonês, e ficou olhando pra mim, com aquela cara de “Não, vc não, não faz isso comigo, compra!”. O que eu pude fazer? “Hj não, Sr.” O cara partiu pra cima do cobrador com lamentos que eu falei: Aí fudeu tudo! O discurso dele era o ó! “Essa vida não dá mais pra mim, não vendo mais, passo fome, blá-blá-blá, é hoje, cara! O fim está próximo, escreve o que eu to dizendo, vc não me vê mais...” Sério, quase que eu gritei ele antes de sair e pedi pra ele trocar um pacotinho de amendoim pelo meu celular! Bem, dos dois um, ou ele ia parar de querer suicidar ou no jornal do dia seguinte ia aparecer meu abobrinha na mão de um cara que, ou estourou os miolos ou se jogou de uma passarela, ou bebeu veneno...
Oremos ao nada... Um senhor de 45 anos que vende bucha vegetal às segundas feiras no Centro de Guanambi a 1 R$, 3 unidades. Não tem uma vida digna, veste short e camisa velhos, calça uma havaiana azul com o fundo tão gasto que seu calcanhar toca o chão. Na hora do almoço, come um pão francês de sal. Quem dera tivesse vindo da França ou houvesse dinheiro pra pôr um ovo dentro... Nos ajoelhemos diante do nada, e oremos... Sexto filho, mãe morta por inanição. Crianças sob guarda do pai – que não quer entregar o rebento a avó, que é sua única parente. O pobre-menino-pobre de 18 dias, encontrado por vizinhos, que se compadecem por vê-lo subnutrido aos cuidados de um irmão de 4 anos de idade, é levado a casa da avó – que tem pra comer pouco mais que 10 grãos de farinha. Tanta gente quer levar da pobre velha aquele ultimo pedaço de sua filha... Oremos... oremos ao nada. Enviado por Ban
às 17:00
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